As vendas globais de smartphones devem apresentar um crescimento de 6,2% em 2024, na comparação com o ano anterior. A consultoria IDC projeta que 1,24 bilhão de unidades devem ser vendidas até o fim do ano. Grande parte deste crescimento se deve aos smartphones com Android — a Apple teve um desempenho muito mais tímido no período.
De acordo com a consultoria, as vendas de aparelhos com o sistema do Google cresceram 7,6% em relação a 2023. Segundo a IDC, o foco deste aumento se deu por meio de aparelhos baratos e maior presença em mercados emergentes, como América Latina, Oriente Médio, África e China.
Neste mesmo período, as vendas de iPhones cresceram apenas 0,4%. A IDC aponta um desempenho recorde em países emergentes, mais notadamente a Índia, mas dificuldades em grandes mercados, como China, Estados Unidos e Europa.
A China é um caso particular. Por lá, a Apple teve que lidar com o “ressurgimento” da Huawei. Após anos de sanções dos Estados Unidos, que cortaram o acesso ao Android e a componentes, a empresa conseguiu desenvolver um chip próprio capaz de entregar um desempenho próximo de outras marcas, assumindo a liderança do mercado local em alguns momentos ao longo de 2024.
A IDC diz que houve uma retomada forte do setor em 2024, depois de um declínio no pós-pandemia. Para a consultoria, o principal fator que impulsionou o mercado foi a demanda reprimida pela troca de dispositivos. Já a inteligência artificial generativa teve pouca influência nestes números.
“Mais investimentos são necessários para conscientizar o público e lançar um recurso [de IA] ‘indispensável’, que fará os consumidores correrem para as lojas”, diz Nabila Popal, diretora sênior de pesquisa da IDC.
De certa forma, é uma situação semelhante à do mercado de computadores. A IDC considera que a IA não está sendo levada em consideração na hora de trocar de PC, já que não é considerada essencial.
Já a TrendForce avalia que as máquinas com NPU, chip usado para este tipo de tecnologia, podem ter atrapalhado o crescimento — elas são mais caras, o que leva empresas a repensarem se vale a pena trocar de computador neste momento.
Com informações: IDC, Neowin, Bloomberg