Lucas Lucco abriu o coração e desabafou sobre as críticas que recebeu ao gravar o single Paraíso, um feat com Pabllo Vittar. O cantor foi cancelado logo depois do lançamento e ainda recebeu ataques preconceituosos por ter atuado junto a uma drag queen. “Lugar sujo”, disse.
“Eu conhecia o trabalho da Pabllo há muito anos, antes dela ser a Pabllo. A gente tem amigos em comum, porque eu tinha pessoas em Uberlândia, onde ela morava. Eu sempre achei ela talentosa ao extremo, tanto é que, quando vi os primeiros vídeos dela no Instagram, mandei para o meu empresário”, explicou.
Lucas continuou: “Falei: ‘investe nisso, que vai dar muito bom no pop’. Aí ele acreditou. Desde o princípio eu sabia que ia ser uma explosão, que ia quebrar muitos paradigmas. Quando eu vi o trabalho dela sendo reconhecido, eu falei: sou um cantor estigmatizado como um hétero top, pelas músicas, que me davam a fama de pegador.”
O artista lembrou que o objetivo era conscientizar sobre homofobia e outros pré-conceitos enraizados na nossa sociedade:
“O cara heterozaço, sertanejo, e eu pensei: ‘Se eu fizesse um movimento de gravar isso com a Pabllo, eu acho que vou dar o primeiro passo em direção ao invisível, ao pioneirismo’. Pensei: ‘Se eu fizer isso, vou deixar a cabeça do povo em um trevo para ajudar a, no futuro, ter menos preconceito”, ressaltou.
Lucas Lucco comparou a repercussão do seu trabalho com o de João Gomes, que também gravou com Vittar:
“Agora o João Gomes está gravando com ela e ninguém está chamando ele de viado igual fizeram comigo. Eu recebi muita crítica, porque nasci no sertanejo, foi como se o pessoal tivesse me cancelado. De fato, aconteceu isso”, pontuou.