Por mais que Alfonso Herrera já tenha reforçado várias vezes na mídia que sua decisão de não fazer parte da reunião do RBD não tem a ver com qualquer mágoa com os membros do grupo, o ator voltou a ser questionado sobre o assunto.
Em entrevista ao El País divulgada nesta segunda-feira, 27, o mexicano explicou novamente que a decisão de não voltar a cantar com os cinco colegas de ‘Rebelde’ durante a ‘Soy Rebelde Tour’ é pessoal e, estrategicamente, profissional.
O ator frisou que nunca teve a intenção de retomar qualquer projeto na área musical após o fim do RBD e da novela ‘Rebelde’:
“Estou muito feliz com os projetos que tenho no momento, que é onde estou depositando minha energia. Sei que este projeto [a reunião do RBD] será um sucesso estrondoso e só os desejo toda a felicidade.”
Alfonso, então, comentou sobre os rumores de que teria exigido uma grande quantia para voltar a cantar junto à banda que o alavancou para o mundo: “Uma revista noticiou que eu tinha pedido uma quantia exorbitante para participar do reencontro e o que eu digo é que é melhor pagarem aos meus companheiros por toda a porcaria em que nos meteram durante tantos anos. Não tem nada a ver com dinheiro, tem a ver com o que é justo”, disse o ator.
Posteriormente, ele ainda entrou em detalhes sobre a exploração financeira da imagem dos membros do grupo durante o auge da novela ‘Rebelde’, de propriedade da Televisa, e do RBD sem que obtivessem um retorno proporcional.
“Quando você fala da Televisa e do que era o ‘Rebelde’, isso… Foi difícil. Porque nós assinamos um contrato em que cedemos os direitos do personagem, da imagem do personagem e de tudo o que foi explorado em termos merchandising… Nós não vimos um centavo disso”, contou Herrera.
O ator ainda comentou sobre o fato de todos serem muito jovens quando firmaram o contrato com a Televisa, dando a entender que, talvez, não tivessem ideia, inicialmente, de como tudo cresceria como um fenômeno que permaneceria até os dias atuais. Porém, ainda assim, acredita que a Televisa deveria ter sido justa quando houve uma mudança brusca em como eram vistos e, claro, vendidos:
“Eu tinha 23 ou 24 anos e via minha cara e a cara dos meus colegas em todos os lugares vendendo biscoitos, chicletes, sucos, cadernos, tênis, lápis e nada. A emissora de televisão, dona desse projeto, não foi justa. E não é [apenas] questão de dinheiro, volto a dizer, tem a ver com uma questão de trabalho. Por exemplo, no show que fizemos no Colisão de Los Angeles para 63 mil pessoas, eles [nos] pagaram 18 mil pessoas [na moeda corrente atual, cerca de R$ 5.100,00 reais]”, explicou o eterno Miguel.
Para frisar como a história que teve ao lado dos colegas, Anahí, Dulce María, Christian Chávez, Maite Perroni e Christopher Uckermann, o marcou e sempre estará com ele, Alfonso citou o trágico episódio ocorrido no Brasil em 2006, quando três fãs do RBD morreram pisoteados e, ao menos, 42 ficaram feridos, durante um show da banda, que ocorria no estacionamento de um shopping em São Paulo.
De acordo com o SBT, a organização não esperava um público tão grande quanto o que compareceu ao local e o alambrado não comportou o número de fãs eufóricos que, no momento do acidente, por volta das 11 horas da manhã, chegava a mais de 10 mil pessoas.
“Eu amo que eles [os colegas do RBD] estejam bem porque os aprecio, os amo e os respeito. Compartilhamos coisas que ninguém jamais vai poder saber. Nós seis estivemos juntos em tempos difíceis, em momentos alegres e momentos tristes – como o que aconteceu no Brasil.”, relembrou.
Herrera ainda detalhou como foi complicado passar por essa situação e como o afeta, atualmente: “Até hoje, ainda tenho um pouco de medo quando vou a um lugar onde tem muita gente. Estávamos sozinhos e nos apoiamos porque não tínhamos apoio psicológico para lidar com a situação. Foi muito difícil. Anos depois, voltamos ao Brasil, reencontramos os parentes e eu conheci o pai de uma das meninas que perdeu a vida. Aquele acontecimento me marcou de forma muito profunda e, por mais que eu tente dar a volta por cima, ele ainda está lá”, finalizou.
A organização da ‘Soy Rebelde Tour’ anunciou nesta segunda-feira, 27, quatro datas extras de shows no Brasil, sendo mais três em São Paulo e uma no Rio de Janeiro, totalizando oito concertos no país até o momento.